Quem são os generais e cientistas iranianos mortos no ataque de Israel
Quem são os generais e cientistas iranianos mortos no ataque de Israel - Ação militar matou quatro dos principais líderes militares do Irã, incluindo o segundo homem mais poderoso na linha de comando. Bombardeios também mataram cientistas-chave do programa nuclear iraniano.Uma série de ataques aéreos conduzidospor Israel contra infraestruturas nucleares e militares no Irã resultou nesta sexta-feira (13/06) na morte de três dos principais líderes militares do país, além de cientistas-chave do programa nuclear iraniano, conforme confirmaram autoridades de ambos os lados e a mídia estatal iraniana.
A morte desses generais representa uma escalada significativa nastensões da região, especialmente em meio àsnegociações sobre um acordo nuclear entre Irã e Estados Unidos, que tiveram início em 12 de abril e tinham uma nova rodada prevista para este domingo.
Líderes militares de alto escalão
Entre os alvos mortos pelos estava o general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã. Bagheri era o segundo homem mais poderoso na linha de comando do país, ficando atrás apenas do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
Ele estava no cargo desde 2016 e detinha ampla autoridade sobre grande parte das formações militares iranianas e aparecia regularmente na televisão uniformizado. Ele também desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do programa de mísseis balísticos do Irã.
O arsenal, originalmente desenvolvido para compensar a fraca força aérea iraniana durante a guerra entre o Irã e Iraque na década de 1980, aumentou significativamente seu alcance e precisão ao longo dos anos. Em 2022, Bagheri declarou que o Irã era mais do que "autossuficiente" em armas e equipamentos.
O general foi alvo de sanções dos Estados Unidos durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump e posteriormente foi sancionado pela União Europeia após o início da guerra na Ucrânia. O Irã estaria fornecendo equipamento militar para a Rússia.
Nascido em junho de 1960, Bagheri sucedeu Hassan Firouzabadi, que serviu como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas por 26 anos, de 1989 a 2016.
Também foi morto o general Hossein Salami, comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), principal força militar iraniana e responsável pelo arsenal de mísseis balísticos. Salami, de 65 anos, era conhecido por sua postura rígida contra os rivais do Irã, incluindo Israel e os Estados Unidos.
Nascido em 1960, Salami ingressou na Guarda Revolucionária em 1980, no início da guerra lançada pelo então líder iraquiano Saddam Hussein. Ele ou a maior parte de sua carreira na força militar de elite do país.
Salami ascendeu na hierarquia até se tornar chefe da divisão da força aérea da Guarda Revolucionária e também foi alvo de sanções de Washington. Ele serviu como vice-comandante na força por nove anos antes de ser promovido ao cargo mais alto em 2019, como parte de uma grande reforma. Ele repetiu inúmeras vezes os apelos para que "Israel fosse apagado do mapa".
Outro nome entre os mortos é o general Gholamali Rashid, vice-comandante das Forças Armadas e responsável pela estratégica base aérea Khatam ol-Anbiya, segundo agências estatais iranianas. Ele também lutou pelo Irã na guerra contra o Iraque na década de 1980.
A Guarda Revolucionária do Irã confirmou ainda a morte do chefe da Força Aérea do corpo militar de elite, general Amir Ali Hajizadeh. A Guarda Revolucionária indicou que Hajizadeh foi morto juntamente com um"grupo de bravos e dedicados combatentes desta força".
Israel indicou Hajizadeh como a figura responsável pelos ataques aéreos contra seu território. Em 2020, Hajizadeh assumiu a responsabilidade pela queda de um avião ucraniano de ageiros no Irã após o país lançar ataques com mísseis contra alvos americanos no Iraque. A ação era uma retaliação ao ataque de drones dos EUA que matou Qassem Soleimani, líder da poderosa Força Quds da Guarda Revolucionária do Irã, responsável pelo serviço de inteligência e por conduzir operações militares secretas no exterior.
Cientistas nucleares mortos nos ataques
Além dos militares, a agência de notícias Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária do Irã, informou que pelo menos seis cientistas iranianos morreram nos ataques israelenses, todos diretamente envolvidos noprograma nucleardo país.
Entre os mortos estão Mohammad Mehdi Tehranchi, físico teórico e presidente da Universidade Islâmica Azad, em Teerã, e Fereydoun Abbasi, cientista nuclear, que foi chefe da Organização de Energia Atômica do Irã de 2011 a 2013. Linha dura, Abbasi foi membro do parlamento iraniano de 2020 a 2024.
Também foi confirmado o falecimento de Seyyed Amirhossein Faqhi, membro da Faculdade de Engenharia Nuclear da Universidade Shahid Beheshti, em Teerã, e vice-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã.
Além deles, morreram os cientistas Abdulhamid Minouchehr, Ahmadreza Zolfaghari e Motlabizadeh, conforme divulgado pela agência Tasnim.
O ataque israelense teve como um dos principais alvos a usina de enriquecimento de urânio de Natanz, a principal do Irã. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que a instalação foi atingida, mas informou que não houve liberação de níveis elevados de radiação.
lp/cn (Reuters, AFP, ots)