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Governo italiano recebeu pedido para extradição de Zambelli, diz embaixador

do UOL

Do UOL, em São Paulo

13/06/2025 19h32

O Ministério da Justiça italiano recebeu ontem o pedido para a extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), considerada foragida após ser condenada a 10 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou o embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL. O paradeiro da deputada bolsonarista, no entanto, permanece desconhecido.

Ontem, nós já fizemos a entrega do pedido de extradição [da deputada], a partir de uma solicitação feita pelo STF. Essa solicitação foi encaminhada ao Ministério da Justiça e, depois, ao Itamaraty. Nós, aqui, da embaixada, fizemos a entrega ontem em mãos.

E recebemos, inclusive, a confirmação de que esse dossiê já foi encaminhado ao Ministério da Justiça italiano. Renato Mosca, embaixador do Brasil na Itália

A parlamentar e aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, no início de junho, que viajou para os Estados Unidos, mesmo condenada pelo STF a dez anos de prisão por mandar invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Horas depois da fuga, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a prisão preventiva da deputada.

Na sequência, o ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido da PGR e determinou a prisão de Zambelli. O magistrado solicitou a inclusão do nome da parlamentar na lista de difusão vermelha da Interpol.

Em entrevista à rádio Auriverde, a deputada chegou a dizer que tinha planos de sair dos Estados Unidos e se estabelecer na Europa. Zambelli possui cidadania italiana.

A partir do momento que ela [Zambelli] entrou em território italiano, no dia 5 de junho, nós amos a manter um diálogo constante, não só com as autoridades italianas do governo, mas também com os órgãos de polícia, que estão subordinados ao Ministério do Interior.

Mas, de fato, ainda não há informações sobre a localização concreta da deputada. As autoridades dão prosseguimento à investigação que se iniciou desde o dia em que ela entrou [na Itália], mas ainda não temos nada concreto sobre o seu paradeiro. Renato Mosca, embaixador do Brasil na Itália

Pesquisadora: Israel tira foco de Gaza ao abrir frente de combate com Irã

Ainda durante o UOL News, a professora e pesquisadora Isabelle Somma de Castro disse que o governo israelense de Benjamin Netanyahu tenta tirar o foco do massacre ocorrido na Faixa de Gaza, território palestino, ao atacar as instalações nucleares do Irã.

Eu entendo que Israel está também tentando tirar um pouco o foco do que está acontecendo em Gaza, que é um genocídio.

A gente sabe que são mais de 50 mil pessoas, mulheres, crianças, homens, que nada têm a ver com isso e foram assassinados. E, agora, Israel abre outra frente de combate com o Irã. Isabelle Somma de Castro, professora de Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo)

Na madrugada de hoje, Israel fez uma série de ataques conta o Teerã, capital do Irã. A ação foi classificada por israelense como "ataque preventivo" contra a "ameaça iminente". O bombardeio atingiu usinas nucleares e instalações de mísseis e matou dois líderes militares do Irã. O país respondeu com o envio de mais de cem drones.

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reunirá na tarde de hoje, em caráter de emergência, após receber uma carta oficial do governo iraniano denunciando o ato e alertando que irá retaliar.

Atualmente, Israel tem conduzido vários ataques simultâneos. Além de dezenas de alvos no Irã, Israel também realiza ataques navais e aéreos ao Iêmen; ataques contra grupos armados do Hamas na parte sul de Gaza e operações em Rafah, Nablus e Jenin (Cisjordânia).

Oficialmente, Irã não possui armas nucleares

O programa nuclear do Irã é uma iniciativa científica para o uso da energia nuclear iniciada na década de 1950. Segundo o país, ele é voltado para fins pacíficos e segue os princípios do Tratado de Não Proliferação Nuclear. No entanto, a comunidade internacional teme que o país esteja tentando construir uma bomba atômica

A Arms Control Association, organização norte-americana que monitora os arsenais nucleares pelo mundo desde 1971, divulga que apenas nove países possuem bombas nucleares. São eles: EUA, Rússia, China, França, Reino Unido, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte.

O país é o único estado não nuclear que enriquece urânio a 60%, segundo a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). O país defende o direito ao desenvolvimento nuclear com fins civis, como a geração de energia, e afirma que não aceitará limites nesse aspecto.

Em 2015, após anos de negociação, um acordo foi firmado entre o Irã e a comunidade internacional. Na época, o país concordou em diminuir as atividades nucleares em troca do alívio das sanções econômica impostas contra a República Islâmica

Jamil: Após ofensiva, diplomatas acreditam que Irã foi vítima de emboscada

No UOL News, o colunista Jamil Chade apurou que, horas após o bombardeio de Israel contra o Irã, diplomatas disseram acreditar que o país islâmico pode ter sido enganado com falsa promessa e, com isso, vítima de uma emboscada.

O que aconteceu? Por semanas o governo de Donald Trump negociou com o Irã. É verdade que ele tinha colocado esse prazo, mas os prazos de Donald Trump mudam conforme, obviamente, o percurso dessa negociação acontece. Isso acontece no comércio, isso acontece na questão migratória, isso acontece em absolutamente todas as esferas de atuação de Donald Trump.

Portanto, não era um prazo fixo, no sentido de que depois disso não haveria negociação, e o que aconteceu é que nessa semana inclusive foi proposto, e foi, na verdade, organizada uma reunião para o próximo domingo entre as diplomacias americanas.

Isso seria no próximo domingo. E nós tivemos ontem essa, entre aspas, já hoje, na sexta-feira, no horário iraniano, esse ataque. Uma emboscada para muitos diplomatas, mostrando que talvez o Irã tenha sido enganado com a promessa de uma negociação.

Uma emboscada que talvez seja até histórica em termos diplomáticos, mostrando, claro, que a intenção negociadora dos americanos talvez não tenha sido feita de tão boa-fé. É aquele princípio que nós já vimos em outros lugares do mundo com o governo de Donald Trump. É a paz, mas a paz pela força, é a paz imposta, é a paz de uma proposta específica, se não for dessa forma, é pela via militar. Jamil Chade, colunista do UOL

Brasil reage a ataque

O governo brasileiro chamou a ofensiva de "uma clara violação à soberania desse país e ao direito internacional". "Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial", diz a nota.

O Estado brasileiro diz ainda acompanhar a ofensiva "com forte preocupação". Os ataques foram feitos de madrugada, em ação que Israel chamou de "ataque preventivo" contra a "ameaça iminente", e matou dois líderes militares do Irã. O país respondeu com o envio de mais de cem drones.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

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