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Onde assistir ao julgamento de Bolsonaro: veja depoimentos no STF hoje

do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/06/2025 12h12Atualizada em 10/06/2025 13h42

O STF (Supremo Tribunal Federal) dá continuidade hoje aos depoimentos dos acusados pertencentes ao "núcleo crucial" da tentativa de golpe. O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, foi o primeiro a prestar esclarecimentos. Agora é a vez do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Os depoimentos, exibidos pela TV Justiça, serão transmitidos ao vivo pelo UOL (assista no vídeo acima).

O que aconteceu

Os réus são interrogados pelo ministro relator, Alexandre de Moraes. Depois, é a vez do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em seguida, as defesas dos outros réus podem questionar os depoentes.

Luiz Fux também participou dos interrogatórios. Além de Moraes, ele foi o único ministro da primeira turma a comparecer à sessão de ontem e fez perguntas a Cid e Ramagem.

Lei estabelece que o delator deve ser ouvido antes dos outros. O objetivo é assegurar que os outros réus conheçam as acusações e informações trazidas pelo colaborador antes de falarem, garantindo assim o amplo direito de defesa. Os outros acusados depõem por ordem alfabética.

Depois de Cid, STF segue ordem alfabética. Após Garnier serão ouvidos o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno. As sessões estão marcadas até sexta, mas podem terminar antes.

Bolsonaro é o sexto da lista. A expectativa é que isso ocorra na quarta, mas há possibilidade, dado o ritmo do interrogatório de Ramagem, que o ex-presidente seja interrogado ainda hoje. Ele acompanhou as oitivas de Cid e do ex-chefe da Abin ontem.

Apenas Braga Netto vai ser ouvido de forma virtual. Ele está preso no Rio de Janeiro e vai acompanhar o processo por meio de videoconferência, e será o último a falar (veja a lista completa ao final).

Como foi o primeiro dia

Cid confirmou tentativa de golpe, mas negou participação. Ele disse que "presenciou grande parte dos fatos" e reforçou que não foi alvo de qualquer tipo de coação na delação.

Bolsonaro "recebeu e leu" a minuta do golpe, segundo Cid. O tenente-coronel disse que ele fez alterações no documento e "deu uma enxugada" para retirar a parte que pedia a prisão de autoridades, deixando somente Moraes.

Delator voltou a dizer que recebeu dinheiro em caixa de vinho. Cid afirmou que entregou ao major Rafael de Oliveira uma caixa de vinho com dinheiro a pedido do general Braga Netto. O montante seria destinado a bancar uma operação de golpe.

Ramagem itiu que não há provas de fraudes nas urnas. Ele argumentou que fazia anotações "privadas" sobre o assunto, mas não enviava ao então presidente Bolsonaro.

Moraes questionou se Ramagem usou a Abin para monitorar ministros do STF. "Nunca utilizei monitoramento algum pela Abin de qualquer autoridade", respondeu.

Momentos de Moraes renderam risos dos presentes ao longo da sessão. Até o final, quando o advogado do general Heleno pediu para a sessão começar mais tarde, após as 9h de amanhã, para ele "minimamente poder jantar", o ministro respondeu que sim, "às 9h02". O horário foi mantido.

Os réus que vão ser interrogados, na ordem:

  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência e delator);
  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
  • Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Jair Bolsonaro (ex-presidente da República);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil)

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