Projeto da oposição para convocar eleições antecipadas fracassa em Israel
O Parlamento israelense rejeitou na manhã desta quinta-feira (12), por estreita maioria, um projeto de lei apresentado pela oposição para dissolver o corpo legislativo, o que levaria a eleições antecipadas.
Votaram contra o texto 61 dos 120 deputados do Knesset, e 53 o fizeram a favor, em uma leitura preliminar.
A oposição apresentou o projeto quando a maioria se mostrava desunida sobre a polêmica envolvendo o alistamento militar de judeus ultraortodoxos, e esperavam derrotar o governo atraindo os partidos ultraortodoxos aliados do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Os partidos Shas e Judaísmo Unido da Torá (JUT) ameaçaram se somar à iniciativa, devido à sua oposição à lei de recrutamento, que tenta terminar com a isenção do serviço militar para os judeus ultraortodoxos.
A imprensa israelense informou que a maioria dos legisladores ultraortodoxos votou contra a proposta para dissolver o Parlamento.
Durante décadas, os ultraortodoxos se beneficiaram de isenção do serviço militar, um privilégio cada vez mais criticado na sociedade israelense, em plena guerra com o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023.
Antes da votação, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, Yuli Edelstein, publicou na rede social X que um acordo havia sido alcançado sobre o projeto de recrutamento dos ultraortodoxos, sem revelar detalhes.
"Estou feliz em anunciar que, após longas discussões, chegamos a um acordo sobre os princípios básicos de um projeto de lei sobre a conscrição", afirmou o legislador do partido de direita Likud, de Netanyahu.
Com o fracasso, a oposição terá que esperar seis meses para apresentar outra iniciativa similar.
Mas o ministro das Finanças Bezalel Smotrich, de extrema direita, declarou durante a sessão do Knesset que derrubar o governo em tempos de guerra constituiria um "perigo existencial" para Israel.
"A história não vai perdoar quem levar o Estado de Israel a eleições em tempos de guerra", declarou.
O governo de Netanyahu é formado por uma aliança entre o Likud, grupos de extrema direita e os partidos ultraortodoxos. A saída de qualquer legenda provocaria a queda do governo.
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