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OPINIÃO

Sakamoto: Ao culpar retórica, Bolsonaro se vende como café com leite

do UOL

Colaboração para o UOL

12/06/2025 12h04

Jair Bolsonaro (PL) tenta usar a desculpa da retórica para amenizar a punição pelos graves crimes cometidos por se envolver com a trama golpista, avaliou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News hoje.

Em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) na terça, o ex-presidente adotou um tom comedido. Ele buscou minimizar as acusações de que liderou uma tentativa de golpe de Estado e tratou como "retórica" os ataques às urnas eletrônicas e a ministros da corte.

Bolsonaro chama "crime" de "retórica". Ele tem um jeito espontâneo e eficaz de se comunicar, mas atribui que os crimes que vai cometendo no meio do caminho são apenas a forma com a qual se comunica para influenciar as pessoas, ou seja, sua retórica. Diz que eles se justificam pela espontaneidade ou qualquer outra coisa.

Foi retórica quando ele disse que a deputada Maria do Rosário era tão feia que não merecia ser estuprada? Foi retórica quando ele criticou o isolamento social durante a covid-19? Foram 700 mil mortes e isso está na conta dele também. Foi retórica ao criticar as urnas eletrônicas e planejar ações para reverter o resultado eleitoral? Não tem possibilidade.

Ele conta com o fato de o tempo e o esquecimento para o pessoal começar a ar pano, aquele 'deixa disso' brasileiro. Bolsonaro veio com uma nova retórica da reconciliação e de pacificação, que é a forma como ele está chamando a impunidade. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto ressaltou que ou da hora de o país levar a sério a gravidade dos crimes contra a democracia e punir com rigor os cabeças da trama golpista.

Em algum momento, o Brasil precisa agir de forma adulta. Saímos de uma ditadura militar e nenhum dos verde-oliva foi para o xilindró por transformarem o Estado Democrático de Direito em geleia por 21 anos.

Agora, o mínimo que devemos fazer é cobrar que a Justiça encare as coisas como elas são. Ataque às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral é golpe, assim como as tentativas de impedir quem ganhou a eleição de assumir e de tentar fazer as Forças Armadas intervirem em um governo eleito democraticamente. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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