EUA preparam retirada parcial de embaixada no Iraque por riscos de segurança na região, dizem fontes
Por Ahmed Rasheed e Timour Azhari e Daphne Psaledakis
BAGDÁ/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão preparando uma retirada parcial de funcionários de sua embaixada no Iraque e permitirão que familiares de militares deixem locais no Oriente Médio devido ao aumento dos riscos de segurança na região, disseram fontes norte-americanas e iraquianas na quarta-feira.
As quatro fontes norte-americanas e as duas iraquianas não especificaram quais riscos de segurança motivaram a decisão de retirada, e o Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Os preços do petróleo subiram com a notícia da retirada parcial.
O presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou repetidamente atacar o Irã se as negociações sobre seu programa nuclear fracassarem e, na quarta-feira, disse que estava cada vez menos confiante de que Teerã concordaria em parar de enriquecer urânio, uma exigência norte-americana.
O ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh, também disse na quarta-feira que o Irã retaliaria as bases norte-americanas na região se as negociações nucleares fracassassem e o país fosse submetido a ataques.
Os Estados Unidos têm presença militar no Iraque, Kuweit, Catar, Barein e Emirados Árabes Unidos.
O secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, autorizou a saída voluntária de dependentes de militares de locais no Oriente Médio, disse uma autoridade dos EUA. Outra autoridade dos EUA disse que isso era mais relevante para os dependentes localizados no Barein -- onde a maior parte deles está baseada.
"O Departamento de Estado deverá ordenar a partida da embaixada norte-americana em Bagdá. A intenção é fazer isso por meios comerciais, mas as Forças Armadas dos EUA estão a postos se a ajuda for solicitada", disse uma terceira autoridade dos EUA.
Uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores do Iraque disse que uma "retirada parcial" dos funcionários da embaixada dos EUA foi confirmada devido ao que a autoridade chamou de "possíveis preocupações de segurança relacionadas a possíveis tensões regionais".
Outra autoridade dos EUA disse que não houve mudança nas operações da Base Aérea de Al Udeid no Catar, a maior base militar norte-americana no Oriente Médio, e que nenhuma ordem de retirada foi emitida para funcionários ou famílias ligadas à embaixada dos EUA no Catar, que estava operando normalmente.
Os futuros do petróleo subiram US$3 com os relatos da retirada de Bagdá, com os futuros do petróleo Brent sendo negociados a US$69,18 por barril.
Mais cedo na quarta-feira, a agência marítima britânica alertou que o aumento das tensões no Oriente Médio pode levar a uma escalada na atividade militar que poderia afetar a navegação em vias navegáveis críticas. O órgão aconselhou as embarcações a terem cuidado ao viajar pelo Golfo Pérsico, pelo Golfo de Omã e pelo Estreito de Ormuz, que fazem fronteira com o Irã.
O Iraque, um raro parceiro regional tanto dos Estados Unidos quanto do Irã, hospeda 2.500 soldados norte-americanos e tem facções armadas apoiadas por Teerã ligadas às suas forças de segurança.
As tensões dentro do Iraque aumentaram desde o início da guerra em Gaza em outubro de 2023, com grupos armados alinhados ao Irã no país atacando repetidamente as tropas norte-americanas.
(Reportagem de Ahmed Rasheed, Timour Azhari, Daphne Psaledakis e Idrees Ali)
((Tradução Redação Rio de Janeiro))
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