Barco para Gaza: Israel anuncia expulsão de Greta Thunberg e outros ativistas presos
O governo israelense anunciou nesta terça-feira (10) que a ativista ambiental Greta Thunberg foi expulsa do país e está a bordo de um avião em direção à Suécia. Ela foi detida junto com outros militantes pró-Palestina em um veleiro humanitário que levaria ajuda à Faixa de Gaza. A aeronave transportando a jovem sueca fará primeiramente uma escala na França.
Na rede social X, o Ministério das Relações Exteriores de Israel divulgou duas fotos de Thunberg, uma delas sentada no avião que a transportará até a Suécia. O governo israelense acusa a jovem sueca e outros ativistas do "iate das selfies" de "terem tentado encenar uma provocação midiática com a única intenção de fazer propaganda".
"Aqueles que se recusarem a os documentos de expulsão e a abandonar Israel serão apresentados a uma autoridade judicial, de acordo com a legislação israelense, para que autorize sua expulsão", acrescentou o ministério, informando que os militantes tiveram contato com os cônsules de seus respectivos países. Entre eles, está o brasiliense Thiago Ávila. Segundo o Itamaraty, ele foi levado na segunda-feira (9) ao aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, e retornará ao Brasil.
Entre as 12 pessoas que estavam a bordo do veleiro Madleen, um francês também aceitou ser expulso de Israel. Outros cinco preferiram ser apresentados à Justiça israelense.
Deputada sa recusou expulsão
Segundo o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, a decisão sobre o destino dos cinco cidadãos que permanecem em Israel deve ser anunciada "nos próximos dias". Entre os ses que se recusaram a ser expulsos imediatamente está a eurodeputada Rima Hassan, do partido da esquerda radical França Insubmissa (LFI).
Em coletiva de imprensa, a deputada Mathilde Panot, líder dos parlamentares da França Insubmissa na Assembleia Nacional, explicou que o documento de expulsão de Israel determinava que os signatários deveriam reconhecer que sua entrada no país era ilegal e que estarão banidos do território durante 100 anos.
"Isso é inaceitável porque eles não cometeram nenhum delito e não deveriam ter sido presos", protestou o deputado francês Manuel Bompard, em entrevista à Sud Radio, exigindo a libertação imediata dos ativistas.
Na segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país "enviou todas as mensagens" a Israel para que a proteção de seus cidadãos fosse garantida. O líder centrista também classificou de "escândalo" o bloqueio a Gaza.
Ajuda à Faixa de Gaza
O veleiro Madleen zarpou da Itália em 1º de junho com o objetivo de entregar ajuda à população de Gaza. O enclave palestino enfrenta uma situação humanitária catastrófica após mais de um ano e meio de guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas. A Marinha israelense interceptou o barco em águas internacionais na manhã de segunda-feira, a 185 km a oeste da costa do território palestino. Além de Thunberg, do ativista brasileiro e de seis ses, também viajavam na embarcação militantes da Alemanha, Turquia, Espanha e Holanda.
A embarcação havia sido fretada pela Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês), um movimento internacional não violento de solidariedade com os palestinos. O grupo foi criado em 2010 e protagoniza ações de ajuda humanitária e protesto político contra o bloqueio israelense à Faixa de Gaza.
Na segunda-feira, dezenas de milhares de pessoas se reuniram em manifestações organizadas em todo o território francês para expressar apoio aos militantes detidos e exigir o fim do bloqueio israelense. O partido França Insubmissa convocou novos protestos para o próximo sábado (14).
(RFI com agências)