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Trump defende envio de militares para Los Angeles: 'Decisão excelente'

Trump ordenou a mobilização de militares da Guarda Nacional para conter protestos em Los Angeles  - Frederic J. Brown / AFP
Trump ordenou a mobilização de militares da Guarda Nacional para conter protestos em Los Angeles Imagem: Frederic J. Brown / AFP
do UOL

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte*

09/06/2025 15h10Atualizada em 09/06/2025 15h10

O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu hoje sua decisão de enviar 2.000 militares da Guarda Nacional para reprimir os protestos que eclodiram em Los Angeles contra suas políticas migratórias.

O que aconteceu

Trump classificou o envio das tropas como "decisão excelente". "Se não tivéssemos feito isso, Los Angeles teria sido completamente destruída", disse o presidente dos EUA em sua rede, Truth Social. Ele também voltou a criticar o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass.

O republicano ainda afirmou que os distúrbios na cidade foram causados por "insurrecionistas". A repórteres, Trump disse que "as pessoas que estão causando os problemas são agitadores e insurrecionistas profissionais. São pessoas más". Neste contexto, seriam proprietários de armas que se armam contra uma suposta tirania governamental para resistir, ou derrubá-la.

Mais cedo, Gavin Newsom acusou Trump pela violência em Los Angeles. Em sua conta no X, o governador afirmou que as forças policiais locais não precisavam de ajuda. "Trump enviou tropas de qualquer maneira — para fabricar caos e violência", disse o governador. O governador também afirmou que agora a Califórnia precisa de mais força policial "para limpar a bagunça de Trump".

O presidente Trump, por sua vez, sugeriu que apoiaria a prisão de Newsom. Anteontem, o "czar da fronteira" dos EUA, Tom Homan, ameaçou prender qualquer pessoa que obstruísse os esforços de fiscalização da imigração no Estado, incluindo Newsom e Bass. O governador desafiou Homan a "acabar logo com isso". Questionado sobre o assunto, Trump afirmou que "o faria".

Newsom é nome forte do Partido Democrata e visto como potencial candidato a presidente. O governador da Califórnia é um dos grandes opositores de Donald Trump.

Crise em Los Angeles

O final de semana foi de confrontos nas ruas de Los Angeles. Após o governo de Donald Trump determinar a meta de prender 3.000 estrangeiros por dia e expandir as operações dos agentes de imigração para além dos bairros mais perigosos do país, a população foi às ruas protestar.

Polícia detém manifestante que bloqueava a entrada da garagem do Edifício Federal de Los Angeles após várias detenções pelo Serviço de Imigração e Alfândega - Daniel Cole/Reuters - Daniel Cole/Reuters
Polícia detém manifestante que bloqueava a entrada da garagem do Edifício Federal de Los Angeles após várias detenções pelo Serviço de Imigração e Alfândega
Imagem: Daniel Cole/Reuters

Rodovias chegaram a ser bloqueadas pelos manifestantes e alguns carros foram queimados. As forças de segurança precisaram usar gás lacrimogêneo e projéteis de borracha para conter os protestos. Algumas pessoas foram presas e outras, incluindo policiais e jornalistas, ficaram feridas.

Anteontem, a Casa Branca anunciou o envio de 2.000 soldados da Guarda Nacional para a Califórnia. Trump afirmou que as tropas vão garantir "uma legalidade muito severa e ordem". Os guardas começaram a chegar em Los Angeles na manhã de ontem.

Em Washington, a crise na Califórnia foi considerada uma oportunidade para Trump militarizar sua resposta à imigração. A ordem assinada anteontem abriu espaço para que os militares fossem enviados para qualquer região do país onde o ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) tenha problemas para realizar prisões e deportações.

O memorando também abriu um precedente inédito nos EUA. Pela primeira vez em mais de 60 anos, tropas federais são enviadas a um estado sem a autorização do governador local. Trump utilizou um dispositivo na lei do país que permite o envio das forças da Guarda Nacional se "houver uma rebelião ou perigo de rebelião contra a autoridade do governo dos Estados Unidos". Segundo a ordem assinada, "na medida em que protestos ou atos de violência inibem diretamente a execução das leis, eles constituem uma forma de rebelião contra a autoridade do governo dos Estados Unidos."

Ontem, o governador da Califórnia escreveu uma carta à Casa Branca solicitando a retirada das tropas de Los Angeles. "Não tínhamos problemas até Trump se envolver. Isso é uma violação grave da soberania do Estado", afirmou Newsom no X.

Enquanto isso, a polícia de Los Angeles declarou que o centro da cidade é uma zona de aglomeração proibida. "Vocês devem deixar o centro da cidade imediatamente", disse a polícia, referindo-se à área onde os manifestantes circulavam.

8.jun.2025 - Manifestantes protestam contra as políticas migratórias do governo Trump em Los Angeles - RINGO CHIU / AFP - RINGO CHIU / AFP
8.jun.2025 - Manifestantes protestam contra as políticas migratórias do governo Trump em Los Angeles
Imagem: RINGO CHIU / AFP

(Com AFP, Reuters e RFI)

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