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Na França, Lula sugere troca de dívida de países por preservação de oceanos

do UOL

Do UOL, em São Paulo

08/06/2025 08h46

O presidente Lula (PT) cobrou hoje, no Fórum de Economia Azul e Finanças, em Mônaco, que instituições financeiras criem e ampliem políticas de preservação dos oceanos. O petista está em viagem desde a quarta-feira (4), para visitas de Estado e compromissos com empresários.

O que aconteceu

Presidente destacou que o tema dos oceanos é uma das "prioridades" no G20. "As instituições financeiras internacionais têm papel central a cumprir, insistimos na necessidade de contar com bancos multilaterais melhores, maiores e mais eficazes", afirma Lula.

Ele citou instrumentos financeiros que podem ajudar países a investirem no cuidado com os oceanos. "Instrumentos como a troca de dívida por desenvolvimento e emissão de Direitos Especiais de Saque [DES] podem mobilizar recursos valiosos", afirmou. DES são um tipo de recurso financeiro criados e mantidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Já as trocas de dívida são transações em que a dívida de um país é cancelada ou reduzida pelo credor daquela dívida, em troca de uma promessa de assumir compromissos de investir no desenvolvimento sustentável ou preservação ambiental.

Lula disse que é urgente "desburocratizar o a a fundos climáticos". O presidente citou ainda metas adotadas pela Organização Marítima Internacional como zerar emissões de carbono na navegação até 2050 e o aumento da demanda por energias renováveis. Segundo o presidente, falta acordos para acabar, por exemplo, com a poluição por plástico nos oceanos e avançar em tratados de biodiversidade em águas internacionais.

Presidente destacou a importância do comércio internacional marítimo. "Se fosse um país, o oceano ocuparia a 5ª posição entre as maiores economias do mundo", disse. O presidente afirmou que anualmente os oceanos mobilizam 2,6 trilhões de dólares, mas "não recebe o devido reconhecimento pelo que proporciona.

Cúpula dos Brics no Rio de Janeiro abordará defesa do desenvolvimento sustentável. O novo banco de desenvolvimento dos Brics, segundo Lula, expandiu o foco em desenvolvimento climático. O grupo reúne as cinco das maiores economias emergentes do mundo, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Ele citou o programa Bolsa Verde de transferência de renda para famílias que ajudam a preservar a vida marítima. O programa foi criado para famílias em situação de pobreza que desenvolvam atividades de conservação ambiental. Lula disse que o aumento dos compromissos financeiros com os oceanos, ou agimos ou o planeta corre risco. ou nós agimos ou o planeta corre risco.

Lula disse que, em 2024, países ricos reduziram assistência ao desenvolvimento e as despesas militares cresceram. "Falta disposição e compromisso político para financiar. "Países em desenvolvimento dependem mais da economia azul do que as nações industrializadas".

Elevação do nível do mar e eventos em cidades costeiras vitimam os mais vulneráveis, destacou Lula. "Tornar a economia azul mais forte, diversa e sustentável contribui para a sustentabilidade do mundo em desenvolvimento", disse ele.

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