Topo
Notícias

Hamas diz estar pronto para novo ciclo de negociações para trégua em Gaza

Palestinos deslocados empurram carroça com corpos após ataque perto de um centro de distribuição de alimentos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza - AFP 1.jun.2025
Palestinos deslocados empurram carroça com corpos após ataque perto de um centro de distribuição de alimentos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza Imagem: AFP 1.jun.2025
do UOL

Do UOL*, em São Paulo

01/06/2025 16h37Atualizada em 01/06/2025 16h54

O grupo extremista Hamas disse hoje estar "pronto para iniciar imediatamente uma rodada de negociações indiretas" e resolver "pontos de discórdia" para um acordo de cessar-fogo para Gaza. A manifestação ocorreu após os EUA e Israel classificarem a resposta do grupo à nova proposta como "inaceitável".

O que aconteceu

Hamas afirmou buscar um acordo que "garanta alívio para o nosso povo e o fim da catástrofe humanitária". Em comunicado, eles acrescentaram que desejam um cessar-fogo permanente e a completa retirada de tropas israelenses do território palestino.

Mesmo após as críticas, grupo não explicou se desistiu da sua proposta apresentada aos EUA. Antes, eles afirmaram que aceitariam a paralisação do conflito em troca do "cessar-fogo permanente". Em resposta, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que media o acordo, falou que a sugestão apenas "nos leva para trás" no acordo.

Essa é a única maneira de fecharmos um acordo de cessar-fogo de 60 dias nos próximos dias, no qual metade dos reféns vivos e metade dos mortos retornarão para suas famílias e no qual poderemos ter negociações substanciais de boa-fé nas negociações de proximidade para tentar chegar a um cessar-fogo permanente
Steve Witkoff

No sábado, Israel apontou que o Hamas está "apegado" em recusar os acordos. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, reforçou a manifestação do enviado norte-americano sobre o posicionamento do Hamas: "É inaceitável e atrasa o processo".

Após a reação dos EUA, Hamas disse que "Washington está adotando a visão israelense". "A posição dos EUA confirma mais uma vez que Washington está pressionando pelo que Tel Aviv deseja, não pelo que é justo para os palestinos", diz a nota do grupo.

Hoje, ao menos 31 palestinos foram mortos e outros 170 ficaram feridos em um ataque. A ação ocorreu enquanto a população recebia comida em Rafah, no sul de Gaza, informou o Ministério de Saúde local. Autoridades palestinas ligadas ao Hamas e testemunha atribuíram o ataque aos militares israelenses.

O que diz a proposta dos EUA

Russo-israelense, mantido em Gaza desde o ataque em 2023, é escoltado por militantes do Hamas em troca de reféns no sul da Faixa de Gaza, em fevereiro de 2025 - Ramadan Abed/REUTERS - Ramadan Abed/REUTERS
Russo-israelense, mantido em Gaza desde o ataque em 2023, é escoltado por militantes do Hamas em troca de reféns no sul da Faixa de Gaza, em fevereiro de 2025
Imagem: Ramadan Abed/REUTERS

Propostas prevê uma trégua de 60 dias e libertação de 28 dos 58 reféns ainda mantidos em Gaza, sendo 10 vivos e 18 corpos. Das 251 pessoas sequestradas em Israel pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 57 permanecem detidas em Gaza, sendo que 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

Em troca, Israel liberaria 1.236 prisioneiros e detidos palestinos. Além disso, entregaria os restos mortais de 180 palestinos mortos e permitiria também a entrada de ajuda humanitária no enclave. O acordo foi apresentado pelo enviado dos EUA. Ele também esteve envolvido em negociações anteriores, que resultaram no último acordo de trégua.

Casa Branca informou na sexta-feira que Israel aceitou proposta de cessar-fogo em Gaza apresentada pelos EUA. Na ocasião, o Hamas respondeu, no entanto, que os termos do acordo não atendiam "as exigências" do grupo.

(Com AFP e Reuters)

Notícias