Delegação da Ucrânia vai a Istambul para negociar com a Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, anunciou neste domingo (1º) que uma delegação ucraniana, liderada pelo seu ministro da Defesa, Rustem Umerov, estará em Istambul na segunda-feira para conversas previstas com a Rússia.
"Também defini nossas posições antes da reunião de segunda-feira em Istambul", escreveu Zelensky nas redes sociais.
As prioridades da Ucrânia são obter "um cessar-fogo completo e incondicional", bem como o "retorno dos prisioneiros" e das crianças ucranianas que Kiev acusa Moscou de sequestrar, acrescentou.
As delegações russa e ucraniana mantiveram conversações em Istambul em 16 de maio com o objetivo de pôr fim à guerra desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022. A reunião foi pouco produtiva, visto que os dois países só concordaram com trocas significativas de prisioneiros.
A Rússia havia proposto uma nova reunião em Istambul na segunda-feira, mas a Ucrânia manteve o suspense até este domingo.
Na sexta-feira, Zelensky acusou Moscou de sabotar as negociações ao se recusar a entregar seu "memorando" detalhando as condições para um acordo de paz.
Apesar dos esforços diplomáticos, as posições de Ucrânia e Rússia permanecem em forte desacordo. A Rússia exige, entre outras coisas, que a Ucrânia renuncie definitivamente à adesão à Otan e entregue as cinco regiões cuja anexação ela reivindica e atualmente ocupa total ou parcialmente.
Estas condições são inaceitáveis para Kiev, que, em troca, exige a retirada total e absoluta das tropas russas de seu território.
Além disso, a Rússia rejeita o cessar-fogo incondicional exigido pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e pelos países europeus.
Zelensky também pediu no domingo para "preparar uma reunião no mais alto nível" com o presidente russo Vladimir Putin.
Não é a primeira vez que o mandatário ucraniano propõe um encontro com Putin, mas até agora o chefe de Estado russo não respondeu positivamente.