Israel pede ao Egito que contenha as 'provocações' pró-palestinos
Israel pediu nesta quarta-feira (11) ao Egito que bloqueie as "provocações" pró-palestinos perto da Faixa de Gaza, e Cairo respondeu que exigirá que os ativistas estrangeiros presentes em seu território tenham uma "autorização prévia" para realizar qualquer manifestação.
O pedido dos israelenses tem como alvo a caravana Sumud ("resistência" em árabe), um comboio composto por ativistas tunisianos, argelinos, marroquinos e mauritanos que segue em direção a Gaza, e uma marcha internacional prevista para 19 de junho na fronteira entre Israel e Egito e composta por ativistas de 44 países.
"Espero das autoridades egípcias que impeçam a chegada de manifestantes jihadistas à fronteira israelo-egípcia e que não os autorizem a cometer provocações ou tentar entrar na Faixa de Gaza", afirmou o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, em um comunicado.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores do Egito reafirmou em um comunicado a "importância" de exercer "pressão sobre Israel", mas lembrou que qualquer ação militante, prevista por parte das delegações estrangeiras pró-palestinos, deveria ter uma "autorização prévia".
O Egito "ressalta que é importante pressionar Israel para levantar o cerco à Faixa de Gaza e permitir o o humanitário", insistiu o ministério.
Cerca de 4 mil ativistas de 44 países reservaram voos para Cairo com o objetivo de participar da manifestação, de acordo com Seif Abu Kishk, um dos organizadores.
O objetivo é partir de ônibus de Cairo para a cidade de Arish, 344 km ao noroeste da capital egípcia. De lá, espera-se que os participantes se desloquem a pé até a fronteira do Egito com Gaza, perto de Rafah (no sul do enclave), cobrindo "50 km de caminhada em três dias".
Por outro lado, a caravana Sumud, que partiu da Tunísia, é composta por cerca de dez ônibus e uma centena de veículos. Chegou nesta quarta-feira a Trípoli, capital da Líbia. O comboio Sumud, a marcha e a flotilha "Madleen", interceptada na segunda-feira pelas autoridades israelenses, têm "objetivos comuns", mas "são três movimentos distintos", destacaram os organizadores da "Global March".
Depois de 20 meses de guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque de comandos do movimento islamista palestino em território israelense, Israel enfrenta uma crescente pressão da comunidade internacional para permitir o fornecimento de mais ajuda humanitária a Gaza.
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