Colômbia vive onda de violência com série de atentados coordenados e ataques armados
Ao menos dois policiais e um civil morreram na terça-feira (10) no sudoeste da Colômbia, em uma série de atentados coordenados e ataques armados.
Dezesseis ataques armados, incluindo carros-bomba e drones, tiveram como alvo delegacias e prédios municipais em Cali, a terceira maior cidade do país, e em vários municípios vizinhos, informou o chefe de polícia Carlos Fernando Triana, à rádio local La FM.
Os departamentos de Cauca e Valle del Cauca são palco de confrontos entre o Exército e dissidentes da antiga guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que assinou um acordo de paz em 2016.
Em Valle del Cauca, incluindo em Cali, a capital, um policial foi morto quando uma moto explodiu. O secretário de Segurança da cidade, Jairo García, anunciou uma recompensa de 300 milhões de pesos, o equivalente a cerca de R$ 400 mil, para quem dê informações sobre os responsáveis pelos ataques.
Um carro explodiu em El Bordo e outro em Corinto, no departamento vizinho de Cauca, danificando uma rua e prédios vizinhos.
Segundo o chefe da polícia, as guerrilhas estão comemorando o aniversário da morte, em 2022, de um ex-comandante conhecido como "Mayimbu". Ele descreveu os ataques como "insanos".
Volta das ações das FARC
Nesses dois departamentos e na Amazônia colombiana, dissidentes das FARC do Estado-Maior Central (EMC), comandados por Ivan Mordisco, estão ocupando vastas áreas de cultivo de coca, o principal ingrediente da cocaína.
Há várias semanas, especula-se sobre o estado de saúde de Ivan Mordisco, que teria sido ferido durante uma operação militar, e sua possível prisão. Os ataques coordenados podem estar relacionados.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, que havia iniciado negociações de paz com todas as guerrilhas e cartéis que operavam no país, compara Ivan Mordisco ao falecido traficante Pablo Escobar (1949-1993).
As negociações de paz iniciadas sob seu governo fracassaram em abril de 2024, quando Mordisco abandonou as discussões.
Esses ataques ocorrem três dias após a tentativa de assassinato, em Bogotá, do senador de direita Miguel Uribe, de 39 anos, candidato à presidência. Ele foi baleado duas vezes na cabeça e está em estado grave.
(RFI e AFP)