Califórnia aciona justiça contra mobilização de Guarda Nacional por Trump

Uma queda de braço coloca o presidente americano, Donald Trump, de um lado e a Califórnia de outro, diante dos protestos que se transformaram em guerra política. O líder republicano determinou na noite de segunda-feira (9) o envio de mais dois mil homens da guarda nacional, além de 700 fuzileiros navais, às ruas de Los Angeles. As tropas se juntarão aos outros dois mil soldados destacados no último fim de semana para reprimir os manifestantes. O governo do Estado entrou com uma ação pedindo que a Justiça considere inconstitucional a convocação da Guarda Nacional.
Uma queda de braço coloca o presidente dos EUA, Donald Trump, de um lado e a Califórnia de outro, diante dos protestos que se transformaram em guerra política. O líder republicano determinou na noite de segunda-feira (9) o envio de mais dois mil homens da guarda nacional, além de 700 fuzileiros navais, às ruas de Los Angeles. As tropas se juntarão aos outros dois mil soldados destacados no último fim de semana para reprimir os manifestantes. O governo do Estado entrou com uma ação pedindo que a Justiça considere inconstitucional a convocação da Guarda Nacional.
Desde o final da manhã de segunda-feira - quarto dia de protestos - milhares de pessoas retornaram às ruas de Los Angeles em manifestações que terminaram apenas às 22 horas, e que foram majoritariamente pacíficas. No entanto, houve registros de violências, com militantes que usaram fogos de artifício e jogaram objetos contra as forças de segurança. Como resposta receberam com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e granadas de efeito moral. No final da noite, a polícia havia prendido cerca de 40 pessoas, que se negavam a encerrar os protestos.
As manifestações acontecem em uma área específica do centro de Los Angeles, nos arredores da prefeitura e de uma prisão federal. No restante da cidade pouco se vê dos protestos.
A mobilização teve início na última sexta-feira (6), quando agentes fizeram batidas em estabelecimentos comerciais para prender imigrantes sem documentos. Os manifestantes exigem principalmente o fim da polícia de imigração (ICE) e a retirada das tropas enviadas pelo presidente Donald Trump para reprimir os protestos.
Decisão inédita em 60 anos
Até o momento, cerca de 1.700 membros da Guarda Nacional já chegaram à região metropolitana de Los Angeles, após a decisão do presidente Donald Trump no sábado (7) de mobilizar dois mil militares para responder aos protestos contra o ICE. Nesta segunda, o Pentágono anunciou que o líder republicano ordenou o envio de um grupo adicional de dois mil membros da Guarda Nacional, além de 700 fuzileiros navais, mas não se sabe quando chegarão à cidade.
A Califórnia sempre foi alvo de críticas de Donald Trump, por ser considerado o estado mais democrata do país. Em um ato inédito em 60 anos, o presidente destacou tropas federais sem consultar as istrações estadual e municipal.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, acusa a Casa Branca de abuso de autoridade para reprimir opositores do governo federal, além de estimular a violência política dentro dos Estados Unidos. Para ele, Trump quer chamar atenção e inflamar os discursos.
Por isso, Newsom pediu que os manifestantes se mantenham calmos e "não entrem no jogo" do líder republicano. O governador também anunciou na rede social X que entrou com uma ação contra a istração Trump na tarde de segunda-feira, solicitando à Justiça que considere "inconstitucional" a convocação de tropas da Guarda Nacional.
Já o presidente sugeriu que o governador da Califórnia deveria ser preso e o chamou de "extremamente incompetente". A rivalidade entre os dois se intensificou desde que Newsom ou a ser considerado como um potencial candidato à Casa Branca para 2028.
Atos em solidariedade a Los Angeles
Ativistas também se reuniram em solidariedade a Los Angeles em outras cidades da Califórnia, como São Francisco, na capital Sacramento e Santa Ana. Foram registrados protestos também nos estados de Nova York e no Texas. Há convocação de manifestações para os próximos dias no Oregon, Washington, Nevada, Novo México, Wisconsin, Illinois, Michigan, Pensilvânia, Massachusetts, Carolina do Norte, Geórgia, Flórida, Kentucky e Louisiana.
Além disso, líderes sindicais se mobilizaram para pedir a libertação de David Huerta, um influente dirigente sindical que foi detido por impedir a entrada do ICE em estabelecimentos de Los Angeles. Os atos ocorreram em cidades como Boston, Pittsburgh, Seattle, Washington D.C. e em vários outros estados, incluindo Connecticut e Nova York. Huerta deixou a prisão sob fiança na tarde de segunda-feira.