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Alemanha concedeu número recorde de cidadanias em 2024

10/06/2025 15h03

Alemanha concedeu número recorde de cidadanias em 2024 - Mais de 291 mil pessoas se naturalizaram alemãs, alta de 46% em um ano. Sírios constituem o maior grupo, com 28% das novas naturalizações. Lista tem 1.815 brasileiros, ou 0,6% do total.A Alemanha concedeu cidadania a um número recorde de 291.955 pessoas em 2024, alta de 46% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta terça-feira (10/06).

Trata-se do maior número de naturalizações desde o início dos registros em 2000, informou o Destatis. Segundo a agência, as recentes reformas na lei de cidadania contribuíram para esse aumento.

Em junho do ano ado, a Alemanha reduziu o requisito de residência para naturalização de oito anos para cinco anos – e para três anos em casos de integração excepcional, a chamada "cidadania acelerada", comprovada por domínio do idioma, atividades voluntárias ou desempenho escolar ou profissional. Além disso, ou a itir a dupla nacionalidade.

De acordo com o Destatis, cerca de 7% das naturalizações em 2024 foram concedidas com base na regra de três anos para casos de integração excepcional. Essa regra deve ser revogada neste ano por iniciativa do atual governo alemão, e será mantido apenas o requisito mínimo de cinco anos de residência.

Sírios em primeiro, seguidos por turcos

Mais de uma em cada quatro pessoas naturalizadas no ano ado eram cidadãs sírias, que chegaram em grande número ao país no auge da crise dos refugiados em 2015 e 2016 – quando a ex-chanceler federal Angela Merkel abriu as fronteiras da Alemanha para milhares de pessoas que fugiam da guerra e da perseguição no Oriente Médio – e se tornaram elegíveis para naturalização em 2024.

Eles constituíram o maior grupo de novos cidadãos, representando 28% de todas as naturalizações, o que corresponde a 83.150 pessoas, alta de 10,1% em um ano. Em seguida, aparecem os turcos (8%), iraquianos (5%), russos (4%) e afegãos (3%).

O número de turcos que obtiveram cidadania alemã mais que dobrou, chegando a 22.525. A maior diáspora turca está na Alemanha, onde vivem cerca de 3 milhões de pessoas com raízes turcas, que receberam um estímulo para se naturalizar já que a nova lei permite a dupla cidadania.

Os russos tiveram o maior aumento percentual em naturalizações, com o número subindo para 12.980 em 2024, de 1.995 no ano anterior – alta de 551%.

Entre os brasileiros, 1.815 se naturalizaram alemães em 2024 – 660 homens e 1.155 mulheres –, equivalente a 0,6% do total. Em relação ao ano anterior, a alta de naturalizações foi de 31,5%.

Fim da "cidadania acelerada" após três anos

O novo governo da Alemanha, comandado pelo chanceler federal Friedrich Merz e composto por uma coalizão entre as legendas conservadoras União Democrata Cristã (CDU)/ União Social Cristã (CSU) e pelo Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, planeja restabelecer um período mínimo de residência de cinco anos para a cidadania, colocando um fim na possibilidade de obter o aporte após três anos.

Os conservadores avaliam que a cidadania deveria vir ao final de um período de integração, e não "de imediato", e temem que tempos de espera mais curtos possam levar ao aumento da migração e ao ressentimento público, em uma época em que a popularidade da ultradireita se mantém em alta no país.

O governo, que assumiu o poder em 6 de maio, também prometeu limitar a reunificação familiar de certos refugiados e flexibilizar as regras sobre a classificação de "países de origem seguros" para aumentar as deportações, ao mesmo tempo em que intensificou os controles de fronteira, permitindo que a polícia rejeitasse a entrada no país de requerentes de asilo.

rc/bl (DPA, Reuters)

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