Senador colombiano sobrevive a cirurgia após ataque a tiros, diz esposa
Por Julia Symmes Cobb e Lucinda Elliott
BOGOTÁ (Reuters) - O senador colombiano Miguel Uribe, um possível candidato à Presidência da Colômbia, sobreviveu a uma primeira operação para tratar seus ferimentos após ter sido baleado em Bogotá no sábado, de acordo com sua esposa e o hospital que o atende, embora ele permaneça em tratamento intensivo.
Uribe, de 39 anos, é membro do partido de oposição Centro Democrático e foi baleado na cabeça durante um evento de campanha em um parque público no bairro de Fontibón.
Um menino com menos de 15 anos de idade foi preso após o ataque, informou o gabinete do procurador-geral em um comunicado no sábado, acrescentando que ele estava portando uma pistola do tipo Glock de 9 milímetros.
O governo disse que está investigando se há outros possíveis autores do crime. O presidente Gustavo Petro pediu uma investigação sobre quem havia ordenado o ataque em comentários feitos no sábado.
A campanha está apenas começando para a eleição presidencial de 2026 no país e Uribe, que pertence a uma família política proeminente, não tem uma plataforma conhecida até o momento.
Não ficou claro por que ele foi o alvo do ataque. Embora ele tenha falado sobre a necessidade de melhorar a segurança e sobre ter sofrido pessoalmente com o conflito no país, muitos outros candidatos em potencial, inclusive outros de seu partido, também disseram que é preciso tomar medidas para combater o crime.
O avô de Uribe foi presidente de 1978 a 1982, enquanto sua mãe, a jornalista Diana Turbay, foi sequestrada em 1990 por um grupo armado sob o comando do falecido líder de cartel Pablo Escobar. Ela foi morta durante uma operação de resgate em 1991.
"Miguel saiu da cirurgia, ele sobreviveu. Cada hora é uma hora crítica. Ele travou sua primeira batalha, e tudo correu bem", disse sua esposa Maria Claudia Tarazona à mídia local. "Isso vai levar tempo."
O casal tem um filho pequeno.
Em um comunicado, o hospital Fundação Santa Fé, onde Uribe está sendo tratado, disse que ele ou por procedimentos na cabeça e na coxa esquerda, e permaneceu em tratamento intensivo enquanto os médicos tentavam estabilizar sua condição.
O prefeito de Bogotá, Carlos Galán, cujo pai, uma vez também candidato à Presidência, foi assassinado em 1989, falou aos jornalistas do lado de fora do hospital durante a noite, dizendo que havia pedido maior proteção para todos os candidatos em Bogotá e para a família de Uribe.
SOB INVESTIGAÇÃO
O governo colombiano está oferecendo cerca de US$730.000 como recompensa por informações sobre o caso.
"Por enquanto, não há nada mais do que uma hipótese", disse Petro, acrescentando que as falhas nos protocolos de segurança também serão investigadas. Uribe contava com a proteção de guarda-costas fornecida a senadores e outras autoridades.
Petro se solidarizou com a família de Uribe em uma mensagem no X, dizendo: "Não sei como aliviar sua dor. É a dor da perda de uma mãe e de uma pátria".
Pessoas se reuniam do lado de fora do hospital no norte de Bogotá, fazendo vigílias à luz de velas e orando, enquanto outras carregavam bandeiras da Colômbia. Uma marcha de apoio foi planejada para este domingo.
Vários países, incluindo Brasil, Itália, Espanha, Uruguai e Paraguai, condenaram o ataque, assim como o governo e a oposição da Venezuela.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse em um comunicado que os EUA "condenam nos termos mais fortes possíveis a tentativa de assassinato" de Uribe, culpando a "retórica inflamada" de Petro pela violência.
Petro foi um crítico declarado das políticas de deportação do presidente dos EUA, Donald Trump, no início deste ano, mas tem se manifestado menos desde que Trump ameaçou impor tarifas e sanções ao país sul-americano.
Há décadas, a Colômbia está envolvida em um conflito entre rebeldes de esquerda, grupos criminosos descendentes de paramilitares de direita e o governo.