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'Brasileiro já apertou demais o cinto', diz Motta sobre impostos

O presidente da Câmara, Hugo Motta, durante reunião com líderes partidários - Marina Ramos - 30.abr.2025Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Hugo Motta, durante reunião com líderes partidários Imagem: Marina Ramos - 30.abr.2025Câmara dos Deputados
do UOL

Do UOL, em São Paulo

07/06/2025 10h20

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) voltou a criticar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) governo e afirmou não ser razoável que o brasileiro "siga apertando a própria barriga". Ele discursou em um evento no litoral de São Paulo com a participação de empresários e políticos.

O que aconteceu

Presidente da Câmara criticou aumento de impostos. "A cada crise, é um novo remendo no cobertor, só que esse fio está acabando. E, se nada for feito, essa costureira morre e leva o país junto. Temos um modelo fiscal que, ao invés de organizar o presente, transfere as angústias para o futuro. Isso não é apenas ineficiência, isso é injustiça. A conta, sempre ela, cai no colo do mais fraco. O brasileiro já apertou demais o cinto. Não é razoável que o Estado siga aumentando a própria barriga".

Anúncio de medidas alternativas ao aumento do IOF para equilibrar as contas públicas será feito após reunião de líderes dos partidos no Congresso amanhã. "Enquanto isso, vamos trabalhar uma apresentação formal das medidas com gráficos de impacto para haver uma compreensão precisa do que estamos dizendo. Não vou adiantar [quais são as medidas] porque eu estaria sendo deselegante com os líderes com que vou me encontrar no domingo", disse Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

Lula disse em viagem à França que "está tudo acertado" sobre IOF. "vai acontecer exatamente o que nós acertamos, sem brigas, sem conflito, apenas fazendo aquilo o que tem que ser feito, conversar, encontrar uma solução e resolver", afirmou a jornalistas, em coletiva de imprensa, ao ser questionado se o governo tem uma proposta alternativa para evitar a derrubada da alta do tributo no Congresso.

Motta disse que atual situação do país é preocupação de todos, ao se referir ao aumento dos impostos. O presidente da Câmara disse que o país chegou a um ponto de inflexão. "Estamos em uma encruzilhada e chegou a hora de decidir o nosso destino. Esse é um desses raros momentos em que o país precisa escolher entre adiar o inevitável ou enfrentar o inadiável."

Ele disse que o país está "preso" a um modelo de Estado que "gasta muito, entrega pouco" e "cobra cada vez mais de quem produz". "Temos uma máquina pública que engorda enquanto o cidadão emagrece e isso não é justo", disse Motta.

Presidente da Câmara afirmou ainda que não há justiça social com "irresponsabilidade fiscal". "Não há crescimento com improviso e não há futuro possível para um país que insiste em empurrar a conta adiante, esperando que ela se resolva por mágica ou discurso. O Brasil precisa de coragem. Coragem, sobretudo, para entender que a boa política começa no orçamento e não na propaganda".

Reforma istrativa e corte em isenções fiscais

Motta citou também a reforma istrativa. O coordenador da proposta e deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) afirmou que a reforma incluirá na discussão os supersalários, mas não deve mexer na estabilidade dos servidores públicos. Motta defendeu modernizações nos serviços públicos. "Modernizar para que, ao menor custo, se consiga entregar serviços de mais qualidade à nossa população. É essa, sem dúvida alguma, a principal missão dessa reforma istrativa que queremos para o Estado brasileiro.

Presidente da Câmara disse que colocou "na meda de discussão" corte nas isenções fiscais. "Isenções essas que chegam a um número não mais possível de ar pelas contas do nosso país. Isenções essas que não têm o mínimo de acompanhamento sobre o retorno e a contrapartida que deve ser dada por quem as recebe à nossa sociedade e à nossa população."

Isenções fiscais representam conta sem contrapartida, criticou Motta. "É uma conta que só aumenta e que não tem absolutamente nada de acompanhamento sobre o que está sendo recebido por um custo tão alto em troca para nós, cidadãos pagadores de impostos."

Motta disse que problemas citados não são específicos do governo atual, mas que têm se acumulado ao longo dos governos. Segundo ele, a reforma istrativa não pretende ser contrária ao serviço público, mas de "modernizar a máquina pública". "Acreditamos que o Estado precisa andar na velocidade da sociedade e hoje ele atrasa, ele trava, ele custa mais do que entrega. É hora de abandonar a lógica da acomodação e abraçar a lógica da transformação."

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