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Zambelli pede afastamento do cargo de deputada; Coronel Tadeu assume

do UOL

Do UOL, em Brasília

05/06/2025 18h16Atualizada em 06/06/2025 06h54

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu hoje o afastamento do cargo na Câmara dos Deputados. A parlamentar fugiu do Brasil após ser condenada a dez anos de prisão e perda de mandato por contratar um hacker para invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O que aconteceu

Zambelli pediu licença por 127 dias para tratar de 'interesse particular'. A publicação no Diário Oficial da Câmara dos Deputados diz que serão sete dias para tratamento de saúde, a partir de 29 de maio, e 120 dias para assuntos assuntos particulares, que começam a contar a partir de hoje.

Coronel Tadeu (PL-SP) assume o cargo de Zambelli. Pelo regimento interno da Câmara, os parlamentares podem pedir afastamento do cargo para cuidar de assuntos particulares, sem receber remuneração, por até 120 dias. Depois desse prazo, o suplente assume o posto.

Cargo de Zambelli vai para bolsonarista da Polícia Militar de SP. Em 2019, Coronel Tadeu exercia o cargo de deputado pelo PSL e rasgou uma placa na Câmara que tinha uma manifestação contra o genocídio da população negra. Em 2021, o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer com punição de censura verbal ao então deputado. A placa continha uma charge que foi criticada por policiais durante exposição em homenagem ao Dia da Consciência Negra.

Mais cedo, Hugo Motta (Republicanos -PB) afirmou que a equipe técnica da Casa estava analisando comunicado do STF sobre prisão preventiva e suspensão de salário. O presidente da Câmara disse que "não têm precedentes" para casos como o de Zambelli. Com a autorização para o afastamento do cargo, Motta cumpriu a determinação do STF de bloquear o salário da deputada.

Câmara sinalizou que não deve analisar pedido de prisão. Em uma publicação nas redes sociais, a Casa informou que "não foi notificada acerca dos demais itens da decisão, motivo pelo qual não há outras providências a serem tomadas até o momento". Com a prisão preventiva da parlamentar determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, caberia aos deputados decidirem sobre a manutenção ou suspensão da detenção. Como Zambelli está foragida, a interpretação é de que não há o que deliberar.

STF determinou a perda de mandato da deputada. Motta, contudo, ainda não se pronunciou sobre isso. Cabe recurso sobre essa decisão, o que ainda não foi julgado pelo STF. Deve ser analisado em sessão amanhã no plenário virtual.

Salário da deputada é de R$ 46 mil. Além da remuneração, Zambelli tem direito a uma cota parlamentar no valor de R$ 42,8 mil e verba de gabinete de R$ 133 mil para manter os funcionários do gabinete. Atualmente, trabalham com ela 18 assessores.

O UOL mostrou que Zambelli gastou R$ 70, 4 mil da cota parlamentar para visitar o marido no Ceará. Foram 72 viagens entre janeiro de 2023 a maio de 2025 com verba pública. O coronel Oliveira, marido da deputada, era secretário municipal de Segurança Pública de Caucaia (CE). Ele se afastou do cargo até junho para acompanhar a parlamentar na viagem.

Zambelli foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol. O órgão atendeu um pedido do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Agora, a parlamentar pode ser presa em outros países.

Lista vermelha divulga a identidade de um foragida da Justiça a 196 países-membros da organização. A ação pede colaboração policial para prender o fugitivo.

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