Topo
Notícias

Secretário de Defesa dos EUA confia que Otan se comprometerá com meta de gastos de defesa de Trump

05/06/2025 09h31

Por Sabine Siebold e Lili Bayer

BRUXELAS (Reuters) - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, disse nesta quinta-feira que está confiante de que os membros da aliança da Otan concordarão com a demanda de Donald Trump de um grande aumento nos gastos com defesa, acrescentando que isso tem que acontecer até a cúpula de 24 e 25 de junho.

O presidente dos EUA tem dito há meses que quer que os aliados da Otan aumentem o investimento em defesa para 5% do produto interno bruto (PIB), em comparação com a meta atual de 2%. Nenhum país ainda atingiu os 5%, nem mesmo os EUA, mas Hegseth disse que houve progresso na concordância com a meta.

"Estou muito animado com o que ouvimos lá", afirmou Hegseth após uma reunião matinal dos ministros da Defesa da Otan nesta quinta-feira em Bruxelas. "Os países presentes estão bem acima de 2% e achamos que estão muito próximos, quase chegando a um consenso, sobre um compromisso de 5% com a Otan."

Ao chegar à reunião da Otan no início do dia, Hegseth disse que esse compromisso de todos os membros da Otan de gastar 5% do PIB em defesa tem que acontecer até a cúpula dos líderes da Otan.

"Acreditamos que todos chegarão lá", declarou ele mais tarde, acrescentando que alguns países -- que ele não citou -- ainda não chegaram.

Diplomatas disseram que os aliados europeus entendem que o aumento dos gastos com defesa é o preço para garantir o compromisso contínuo dos EUA com a segurança do continente e que manter os EUA a bordo significa permitir que Trump possa declarar uma vitória em sua demanda de 5% durante a cúpula de Haia.

"Esse será um investimento extra considerável", disse o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, aos repórteres, prevendo que na cúpula de Haia "decidiremos sobre uma meta de gastos muito maior para todas as nações da Otan".

Em uma tentativa de atingir a meta de 5% de Trump, Rutte propôs que os membros da aliança aumentem os gastos com defesa para 3,5% do PIB e destinem mais 1,5% para gastos mais amplos relacionados à segurança, informou a Reuters.

Hegseth apoiou essa proposta na quinta-feira.

"É preciso gastar para ter poder de fogo", disse ele. "Acreditamos que esta aliança, em questão de semanas, estará se comprometendo com 5%: 3,5% em força militar e 1,5% em infraestrutura e atividades relacionadas à defesa, essa combinação constitui um compromisso real."

A Espanha está entre os países que demonstraram alguma relutância em concordar com a meta de 5%.

"Acreditamos que esses 2% são suficientes para cumprir as responsabilidades com as quais nos comprometemos", disse a ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, nesta quinta-feira. "O importante é que cada país seja capaz de cumprir os objetivos que estabeleceu para si mesmo."

Os detalhes do novo plano de investimento provavelmente continuarão a ser negociados até a véspera da cúpula da Otan.

(Reportagem adicional de Andrew Gray, Charlotte Van Campenhout, Ingrid Melander, Benoit Van Overstraeten, Inti Landauro)

Notícias