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MPF denuncia homem apontado como mandante dos assassinatos de Bruno e Dom

Em São Paulo, povos indígenas manifestaram indignação diante de morte de Dom e Bruno - Nelson Almeida/AFP
Em São Paulo, povos indígenas manifestaram indignação diante de morte de Dom e Bruno Imagem: Nelson Almeida/AFP
do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/06/2025 15h58

O Ministério Público Federal denunciou hoje Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridos há três anos na região do Vale do Javari, no Amazonas.

O que aconteceu

Colômbia teria encomendado o duplo homicídio do indigenista e do jornalista. A investigação da Polícia Federal apontou que o trabalho de Dom e Bruno estava causando prejuízo financeiro ao esquema de pesca clandestina na região. Bruno trabalhava treinando indígenas para a fiscalização e vigilância do território, enquanto Dom Phillips documentava a Amazônia.

A suspeita é de que o mandante do crime exercia influência sobre comunidades ribeirinhas no Vale Javari. Ele é investigado por suspeita de operar um esquema de pesca ilegal e venda de peixes na reserva indígena. Colômbia nega as acusações.

Bruno e Dom sofreram uma emboscada. Segundo o MPF, eles foram assassinados por motivo torpe - desprezível, com perversidade - e de forma cruel, sem chance de defesa. A denúncia contra o mandante foi apresentada ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga, onde o processo tramita, pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal. O MPF também solicitou que seja levantado o sigilo dos autos para que, dessa forma, mais informações possam ser divulgadas.

Uma das últimas fotos de Dom Phillips, tirada por Bruno Pereira, mostra ele conversando com um morador local dois dias antes dos assassinatos - Reprodução - Reprodução
Uma das últimas fotos de Dom Phillips, tirada por Bruno Pereira, mostra ele conversando com um morador local dois dias antes dos assassinatos
Imagem: Reprodução

O indigenista e o jornalista foram dados como desaparecidos em 5 de junho de 2022. Eles foram vistos pela última vez em uma embarcação na comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. As buscas mobilizaram autoridades brasileiras, indígenas, populações locais e a imprensa nacional e internacional.

Os restos mortais foram encontrados dez dias depois. A investigação apontou que eles foram mortos a tiros e tiveram os corpos esquartejados, queimados e enterrados.

Colômbia foi detido em julho de 2022 por apresentar documento falso à PF. Em outubro, foi para prisão domiciliar após pagamento de fiança de R$ 15 mil, mas voltou a ser preso por descumprir regras em dezembro. Ele continua encarcerado.

Outros envolvidos na morte também foram denunciados

O MPF denunciou três pessoas pelo assassinato de Bruno e Dom. Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo Pelado, Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos e Jefferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha, foram denunciados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os denunciados se tornaram réus e foram presos.

Amarildo e Jefferson serão julgados por duplo homicídio qualificado e pela ocultação dos cadáveres das vítimas. Os dois continuam presos. Oseney aguarda a finalização do julgamento do caso em prisão domiciliar, com monitoração eletrônica.

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