Lula pede a Macron a conclusão do acordo comercial UE-Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta quinta-feira (5), ao homólogo francês, Emmanuel Macron, que "abra seu coração" e conclua o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que tem a oposição da França.
A primeira visita de Estado de um presidente brasileiro desde 2012 ocorre em meio à oposição a este acordo comercial na França, onde os agricultores pediram a Macron, no dia anterior, que reitere sua "firme" rejeição.
No entanto, a pressão cresce dentro da União Europeia para aprová-lo como uma medida para aliviar o impacto da guerra comercial desencadeada com as tarifas do presidente americano, Donald Trump.
"Meu caro, abra o seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com nosso estimado Mercosul (...)", disse Lula durante entrevista coletiva com Macron em Paris.
Para Lula, este acordo é "a melhor resposta que nossas regiões podem dar diante do cenário de incertezas criado pelo retorno do unilateralismo e do protecionismo tarifário".
"Quero dizer aqui que eu deixarei a presidência do Mercosul com o acordo UE-Mercosul firmado e com Macron participando da ", acrescentou o presidente, que assumirá a presidência do bloco em breve.
A Comissão Europeia, que negocia em nome da UE, alcançou um acordo comercial em dezembro com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e ainda deve definir qual mecanismo adotará para sua provação e ratificação do lado europeu.
Se for ratificado, a UE, o primeiro parceiro comercial do Mercosul, poderia exportar mais facilmente carros, máquinas e produtos farmacêuticos, enquanto o bloco sul-americano poderia exportar para a Europa mais carne, açúcar, soja, mel, entre outros.
A França enfrenta a firme oposição de seu setor agropecuário, protagonista nos últimos anos de fortes manifestações, que pedem que as exportações do bloco sul-americano cumpram com as mesmas normas de produção da UE.
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