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Zambelli entra na lista da Interpol; ela está na Itália, diz assessoria

do UOL

Do UOL, em São Paulo e Brasília

05/06/2025 13h17Atualizada em 05/06/2025 14h33

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), foragida da Justiça brasileira, entrou hoje na lista vermelha da Interpol. A assessoria da parlamentar informou ao UOL que ela está na Itália.

O que aconteceu

Na lista da Interpol, Zambelli a a ser procurada internacionalmente. A polícia internacional emitiu alerta vermelho contra a parlamentar, a pedido da Polícia Federal brasileira. A inclusão do nome foi determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Moraes também mandou prender preventivamente a deputada.

Zambelli fugiu do Brasil após ser condenada a dez anos de prisão por invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O UOL apurou que a deputada saiu do Brasil no fim de maio, pela fronteira com a Argentina. Ela foi condenada por unanimidade na Primeira Turma do STF (5 votos a 0).

Ela disse anteontem que estava nos Estados Unidos, mas agora informa estar na Itália. Mais cedo, o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo postou no X que falou com Zambelli e que ela "já está bem e em segurança na Itália". A assessoria não deu detalhes sobre qual cidade a parlamentar está.

A lista da Divisão Vermelha restrita da Interpol não é pública. Portanto, a foto de Zambelli não aparecerá no site da entidade.

Para Moraes, é clara a intenção de Zambelli de fugir da pena e de continuar a espalhar notícias falsas e ataques à democracia brasileira. Além da prisão, o ministro também determinou o bloqueio dos aportes, das contas bancárias e do salário e quaisquer verbas de gabinete pagos pela Câmara à deputada.

Zambelli contesta a ordem de prisão feita pelo ministro do STF. Em nota, a deputada disse que o mandado é "ilegal, inconstitucional e autoritário".

Como funciona o alerta vermelho

Interpol não tem autoridade para exigir prisão de ninguém. Cada país decide, conforme suas leis, se prenderá a pessoa procurada e como procederá legalmente. O alerta vermelho é uma lista unificada que circula pelos computadores dos 196 países membros da Interpol —incluindo os Estados Unidos e a Itália.

Quando o foragido é localizado, o país que o capturou entra em contato com a nação que o procurava. O país do criminoso, então, solicita a extradição —se concedida, os agentes da Interpol do país solicitante cuidam da operação de transporte e entrega do criminoso à Polícia Federal local.

É assim que foram localizados foragidos brasileiros notórios. Entre eles, o líder do PCC Tuta, preso na Bolívia no mês ado, e o empresário Thiago Brennand, condenado por ameaça e violência sexual, encontrado nos Emirados Árabes em 2022.

A condenação de Zambelli no STF

Há três semanas, a deputada foi condenada a dez anos de prisão e à perda de mandato por ter invadido o sistema do CNJ. A decisão foi por unanimidade na Primeira Turma do STF — segundo a denúncia, Zambelli contratou um hacker para inserir um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, assinado por ele mesmo.

Zambelli ainda podia recorrer da condenação no STF. É por isso que a pena não começou a ser aplicada logo depois do julgamento. A defesa de Zambelli protocolou embargos de declaração no final de maio e, segundo Moraes, o julgamento deles aconteceria em breve. Esse tipo de recurso não altera a pena, mas impede o início do cumprimento imediato. Ele é usado para pedir ao tribunal que se esclareça pontos confusos, contraditórios ou incompletos da decisão.

A deputada estava com seu aporte em mãos, e não havia mandado de prisão contra ela quando deixou o país. Entretanto, a fuga e a declaração de que ela continuaria a fazer ataques à democracia brasileira motivaram o pedido de prisão preventiva. Em entrevista a uma rádio bolsonarista, ela disse que "agora poderia falar com mais tranquilidade" "que as urnas eletrônicas não são confiáveis".

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