Gabinete alemão aprova pacote de redução de impostos corporativos de 46 bi de euros
Por Maria Martinez
BERLIM (Reuters) - O gabinete da Alemanha aprovou nesta quarta-feira um primeiro pacote de redução de impostos no valor de 46 bilhões de euros para apoiar as empresas e reanimar a economia do país a partir deste ano até 2029, informou o governo.
O objetivo é estimular o investimento com medidas como opções de depreciação favoráveis para que as empresas aliviem sua carga tributária, incluindo taxas de depreciação de até 30% ao ano por três anos.
"Essa nova regra de depreciação proporciona um estímulo bem-vindo no curto prazo para o setor industrial", disse Robin Winkler, economista do Deutsche Bank. "Entretanto, seu impacto sobre a facilitação da transformação estrutural mais ampla da economia alemã provavelmente será limitado."
A economia da Alemanha pode enfrentar um terceiro ano consecutivo de contração pela primeira vez em sua história pós-guerra, e a revitalização da economia é uma tarefa fundamental do novo governo.
"Depois de apenas quatro semanas no cargo, estamos apresentando as primeiras reformas importantes para garantir uma nova força econômica", disse o ministro das Finanças da Alemanha, Lars Klingbeil, nesta quarta-feira.
"Estamos proporcionando à economia a certeza de planejamento urgentemente necessária e criando fortes incentivos ao investimento."
As políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devem prejudicar a economia alemã, que é voltada para a exportação. O novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, viajará para Washington para se encontrar com Trump na quinta-feira.
O primeiro pacote de benefícios fiscais inclui um corte prometido de um ponto percentual na alíquota do imposto corporativo a cada ano durante cinco anos a partir de 2028, reduzindo-a para 10% até 2032.
As medidas reduzirão a receita tributária do governo em 2,5 bilhões de euros este ano e atingirão o pico de 12 bilhões em 2028, o último ano de mandato da coalizão governista.
Um porta-voz do Ministério das Finanças disse na segunda-feira que estavam em andamento conversas sobre como levar o projeto de lei ao Parlamento antes das férias de verão, já que o pacote precisa da aprovação das câmaras baixa e alta do Parlamento.
(Reportagem de Maria Martinez e Christian Kraemer)