Economias da América Latina apostam em projetos sustentáveis para atrair mais investimentos
Os países da América Latina pediram, nesta segunda-feira (2), em um fórum da OCDE em Paris, para desenvolver projetos relacionados ao meio ambiente ou à energia verde para atrair capital e investimentos estrangeiros para a região.
"O investimento internacional busca cada vez mais países que apostam em um desenvolvimento sustentável profundo", disse Manuel Tovar, ministro do Comércio Exterior da Costa Rica, um dos participantes do fórum econômico que é realizado anualmente em Paris.
Tovar ressaltou que a América Latina e o Caribe continuam "muito atrás de outras regiões do mundo em atrair investimento estrangeiro direto" e pediu mais integração regional, seguindo o modelo das organizações multilaterais que existem na Europa e Ásia.
"Temos tudo, mas precisamos avançar", afirmou.
Na mesma linha, Anabel González, vice-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que financia projetos em toda a região, não duvida das possibilidades da região.
"A América Latina tem um potencial enorme (...) Temos oportunidades fundamentais para continuar contribuindo para a segurança alimentar em nível global e contribuir também com soluções climáticas", disse à AFP no fórum, uma iniciativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Tanto os representantes dos governos da região quanto os de empresas privadas insistiram na sustentabilidade para atrair mais investimentos.
Citaram, entre outros, o megaprojeto de Paysandú, no Uruguay, uma das maiores iniciativas de investimento estrangeiro na história do país, que prevê investir 4 bilhões de dólares na produção de hidrogênio verde e combustíveis sintéticos pela Europa.
Segundo dados de 2023 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o investimento estrangeiro direto (IED) na América Latina alcançou os US$ 184,304 bilhões em 2023, quase 9,9% menos que no ano anterior.
"Trata-se de encontrar o crédito, a garantia, o êxito, mas o diferencial é dado por investir na sustentabilidade. Se não, vamos ter muitos bons desejos, mas os investidores vão buscar outro tipo de colocação", assegurou Valeria Csukasi, subsecretária do Ministério de Relações Exteriores do Uruguai.
A Costa Rica, que ingressou na OCDE em 2021, se tornando o membro mais jovem da organização, presidiu nesta semana a reunião ministerial anual da organização, que agrupa 38 países, incluindo México, Chile e Colômbia.
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