Lutnick minimiza o impacto da decisão judicial sobre tarifas nas negociações entre EUA e UE
Por Ted Hesson
WASHINGTON (Reuters) - O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, minimizou o impacto da incerteza jurídica em relação às tarifas dos EUA nas negociações com a União Europeia durante uma entrevista à Fox News no domingo, dizendo que as conversas estavam em andamento.
Lutnick foi questionado sobre uma reportagem da Reuters que citava uma autoridade da UE não identificada, próxima às negociações, que disse que a incerteza jurídica das tarifas nos EUA deu à UE uma "vantagem extra".
"Não se pode dar ouvidos a pessoas tolas que fazem comentários tolos", disse Lutnick. "Todos os países que estão negociando conosco entendem o poder de Donald Trump e sua capacidade de proteger o trabalhador americano."
Um tribunal de comércio dos EUA bloqueou a maior parte das tarifas do Presidente Donald Trump em uma decisão abrangente na semana ada, que considerou que o presidente ultraou sua autoridade ao impor taxas gerais sobre as importações de parceiros comerciais dos EUA. Um tribunal federal de recursos dos EUA suspendeu essa decisão um dia depois, permitindo que as tarifas entrassem em vigor enquanto analisava um recurso do governo Trump.
Lutnick disse que a decisão "talvez tenha nos custado uma semana, mas depois todos voltaram à mesa de negociações".
No final de maio, Trump ameaçou impor tarifas de 50% sobre todos os produtos europeus até 1º de junho, mas dias depois adiou a data de entrada em vigor para 9 de julho para dar tempo de negociar.
Trump também disse na sexta-feira que aumentaria as tarifas sobre aço e alumínio importados de 25% para 50%, o que levou a Comissão Europeia a dizer no sábado que poderia considerar contramedidas.
Falando no programa "This Week", da ABC News, o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que os EUA precisavam proteger sua indústria siderúrgica por motivos de segurança nacional, à luz da produção de aço da rival econômica China.
"Temos que mostrar força", disse Hassett. "Temos que ter uma indústria siderúrgica que esteja pronta para a defesa americana."
(Reportagem de Ted Hesson em Washington; reportagem adicional de Doina Chiacu; edição de Caitlin Webber em Washington)