NBA: Gui Santos quer 'ficar de vez' na liga e revela papo com Kerr

O brasileiro Gui Santos tem o basquete, literalmente, no sangue. Com pai e mãe ex-jogadores da modalidade, o jovem de 22 anos quer se "estabelecer" na NBA e não hesita ao revelar seu maior ídolo na infância e adolescência assistindo basquete: seu pai, Deivisson, que jogou por Franca, Araraquara e São José no NBB.
A mãe, Lucineide, jogou em Brasília, cidade natal da família. O irmão mais novo, Edu, atua na base do Corinthians e já integra a seleção brasileira sub-16 .
Como o pai, Gui também começou no NBB, atuando pelo Minas Tênis Clube até ser escolhido pelo Golden State Warriors no Draft da NBA em 2022.
Na temporada 2022-23, jogou pelo Santa Cruz Warriors na G-League e, depois de alternar jogos pela equipe principal e pelo time de desenvolvimento em 2023-24, teve seu auge na última temporada da NBA. O técnico Steve Kerr começou a colocar Gui por mais tempo na rotação, e o brasileiro se destacou na parte final da temporada regular.
Para 2025-26, o objetivo de Gui é bem claro: continuar acumulando tempo em quadra. "Se tiver que entrar lá e pegar rebote, eu vou pegar rebote. Se tiver que entrar para fazer ponto, eu vou fazer ponto", explica o brasileiro, em entrevista ao UOL.
"O que tiver que fazer, eu vou fazer para alcançar a minha minutagem, para ficar na liga de vez, me estabelecer na liga", completou.
Apesar de ar mais tempo no banco durante a pós-temporada, Gui jogou quase 14 minutos por partida durante o ano, aumentando sua média em pouco mais de 5 minutos. O número de jogos também foi de 23 para 56 de uma temporada para a outra.
Ele revela que bateu um papo com Kerr, tetracampeão da NBA com o Warriors como técnico, antes das férias. "Ele conversou comigo, ele fala bastante que gosta do meu jogo, fala para mim o quanto eu sou importante, o papel que eu faço e tudo mais, então eu acho que tem algumas coisas ali que eu posso melhorar e isso vai com certeza me manter mais dentro de quadra", disse Gui.
Relação com Curry, Green e Butler
Depois de ir aos Estados Unidos com 20 anos — ele foi draftado um dia depois do seu aniversário em 2022 —, hoje em dia já deu para Gui entender como os americanos são "mais frios".
Apesar da diferença de cultura, o camisa 15 dos Warriors garante que estrelas como Stephen Curry, Draymond Green e o recém-contratado Jimmy Butler são muito "na paz".
"Minha relação com eles é muito tranquila. Eles são muito 'na paz', muito na deles. Os americanos, em geral, são um pouco diferentes, são mais frios, mas eles sempre chegam, conversam, dão uma dica ou outra que tem que falar", explicou.
Gui também diz que as broncas vêm se forem necessárias, mas que a relação é profissional e ninguém leva nada da quadra para o vestiário. "Se tiver que dar bronca, eles dão bronca, mas lá ninguém leva nada pro pessoal. Se eles brigam com você, depois do treino, depois do jogo, já estão falando tranquilo. Então é uma relação muito saudável", completou.
Perguntado sobre quem é mais difícil de marcar na NBA, Gui escolheu o sérvio Nikola Jokic, do Denver Nuggets, e o esloveno Luka Doncic, do Los Angeles Lakers.
Mas, ofensivamente, ele ainda acredita que Jokic é melhor. "Porque ele cria para ele e para os outros também", disse ao UOL.
Férias no Brasil e casamento
No mesmo dia em que atendeu à reportagem do UOL, Gui publicou um vídeo em suas redes sociais em que mostra o pedido de casamento que fez à Julia Lawrenz, que também é atleta, joga vôlei de praia na Universidade do Havaí e já defendeu a seleção brasileira no classificatório do Pan Júnior em 2025.
"Estou mais nervoso do que jogar um jogo de basquete aqui agora", disse Gui, em cenas gravadas momentos antes do pedido ser feito - no qual, aliás, ela disse 'sim'.
De férias no Brasil, ele participará de ações na NBA House, em São Paulo, durante as Finais entre Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers. Durante o Sadia Day, marca da qual é embaixador no mês de junho, já deu para ver um pouco de quanto ele é 'idolatrado' pela atual geração de fãs de basquete.
Minutos antes de conversar com o UOL na NBA House, Gui teve todo tipo de pedidos de autógrafos e fotos após uma ação na quadra, onde garantiu que quer seguir levando o nome do Brasil mundo afora. "Ter um pedacinho do meu nome nessa história é maravilhoso", disse.