Topo
Entretenimento

Estreia de 'O Agente Secreto' tem estratégia para possível disputa ao Oscar

do UOL

Colaboração para Splash, em São Paulo

11/06/2025 05h30

A estratégia de estreia de "O Agente Secreto" segue os os de "Ainda Estou Aqui"? Flavia Guerra e Vitor Búrigo discutem, no videocast Plano Geral, a semelhança entre os modelos de lançamentos.

Após ser exibido e premiado no Festival de Cannes, o filme de Kleber Mendonça Filho chegará aos cinemas nacionais em 6 de novembro. A data é próxima a da estreia de "Ainda Estou Aqui", que chegou aos cinemas em 7 de novembro de 2024.

"Será que tem um pensamento estratégico?", questiona Vitor Búrigo. "Essa é a época quente da temporada de premiações", acrescenta Flavia Guerra. "Ninguém está comemorando vitória antes da hora, mas essa estratégia tem 'timing' certo".

Para ser indicado ao Oscar, no entanto, o filme precisa planejar uma exibição anterior à data prevista, diz a jornalista. "A carreira do filme é crucial", afirma. "Por isso, pode ser que eles adiantem um pouco essa semana de estreia".

O filme tem, sim, toda a chance de pelo menos estar na lista de pré-indicados [ao Oscar]. A gente não ganhou dois prêmios em Cannes [Melhor Ator e Melhor Diretor] que vão ar batidos Flavia Guerra

Além da análise sobre 'O Agente Secreto', o Plano Geral abordou outros lançamentos da semana. Veja mais destaques:

Novo 'Eros' mostra intimidades dentro de motéis

"Eros" chega aos cinemas amanhã com o intuito de "quebrar o tabu" sobre motéis. "Gostaria de quebrar esse tabu de que os motéis existem só para o sexo; e sim que o vissem como um espaço de diversão para os adultos", adianta a diretora, Rachel Daisy Ellis.

Vitor Búrigo explica que o documentário reúne uma série de trechos com frequentadores do espaço, bem como discussões acerca do cotidiano dessas pessoas. "Tem cenas picantes, mas não é sobre isso. Tem personagens muito interessantes, com histórias e muita diversidade. Há propósitos diferentes de cada casal", diz.

Em entrevista, a diretora Rachel Daisy Ellis diz que sempre teve interesse em documentários com participação ativa dos personagens, e por isso entregou a eles câmeras para que gravassem no interior do motel.

Foi muito forte ver a intimidade que surge na tela a partir disto. Conseguimos ar uma camada da intimidade que não amos quando estamos a uma distância de filmar o outro Rachel Daisy Ellis, diretora de 'Eros'

Para ela, os motéis são espaços interessantes de descoberta. "É um espaço de fantasiar, de refúgio, de poder se libertar e experimentar", diz. "Depois desse processo todo do filme, tenho um conhecimento muito mais profundo sobre a variedade de motéis que existem".

'Prédio Vazio' é terror com humor e DNA brasileiro

Outra estreia brasileira que merece o destaque é "Prédio Vazio".

O longa é um terror que acompanha uma jovem em busca de sua mãe desaparecida no último dia de Carnaval em Guarapari. "É tudo muito real e palpável", avalia Flavia Guerra, que já assistiu ao filme. "O roteiro funciona, tem humor e um 'quê' de comédia romântica. Modula vários gêneros dentro de um".

Rodrigo Aragão, diretor do filme, explica a escolha do cenário brasileiro. "O cinema de terror tem muitas coisas icônicas que funcionam — e talvez a coisa mais original que podemos ter aqui é a nossa região", diz. "No mundo todo, o terror tem coisas iguais, mas se eu mostro o lugar onde nasci, isso é único".

Segundo ele, o filme se diferencia justamente por não ser rodado em um cenário norte-americano, como na maioria dos filmes do gênero. "O filme tem aventura, heroísmo, e em um cenário que as pessoas reconhecem, entendem como delas, com rostos brasileiros".

Série sobre 'Chaves' estreia provando que existe humor inteligente

Roberto Mario Gómez Bolaños, criador do Chaves e Chapolin, acaba de ganhar mais uma homenagem: "Chespirito: Sem Querer Querendo". A nova produção da Max tem oito episódios e acompanha a vida pessoal e carreira de Roberto, que deu vida ao personagem icônico da televisão que atravessa gerações.

Flavia Guerra destaca a genialidade da produção, e como o seriado continua atual após mais de 40 anos da estreia no Brasil. "É uma obra-prima", defende.

O que funciona muito no Chaves e o fez ter muito sucesso é esse humor inteligente sobre o comportamento humano, mas sem caçoar. Ela não faz troça do Chaves, que é um menino abandonado —pelo contrário, a gente simpatiza e torce por ele Flavia Guerra

Ela reforça que, apesar de mexicano, Roberto Bolaños conquistou um fã-clube imenso no Brasil. "O próprio Bolaños não entendia esse sucesso", diz Flavia. "Ele virou um ídolo dos brasileiros".

Pablo Cruz, ator eleito para interpretar Bolaños nas telas, diz ficar surpreso com a iração dos brasileiros com o ator. Sobre a produção, ele explica: "Não é um remake. Não estamos refazendo o 'Chaves', mas sim contando a vida de Roberto Gómez Bolaños".

Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

Entretenimento