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Com raiva e humor, comunidade LGBTQ+ mira Trump ao se reunir em Washington

08/06/2025 14h11

Por Daniel Trotta

WASHINGTON (Reuters) - Membros da comunidade LGBTQ+ se reuniram nesta domingo no Lincoln Memorial em Washington, local do discurso histórico "Eu tenho um sonho" de Martin Luther King, em 1963, para defender a preservação de décadas de progresso e se manifestar contra os retrocessos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Após a natureza festiva de um desfile no sábado pelas ruas da capital, o comício, um dos principais eventos da celebração de semanas do WorldPride, tornou-se mais abertamente político.

Realizado em cidades de todo o mundo a cada dois anos, a comemoração está ocorrendo em Washington em um momento de alta tensão sobre os direitos LGBTQ+ nos EUA.

Palestrantes evocaram indignação, humor e mensagens otimistas, criticando Trump por emitir decretos que limitam os direitos de transexuais, como ao proibir que sirvam nas Forças Armadas, e rescindindo políticas antidiscriminação para pessoas LGBTQ+.

Eles também estavam de olho nos protestos que estavam ocorrendo do outro lado do país, em Los Angeles, onde o governo Trump convocou a Guarda Nacional para confrontar manifestantes que se opunham às batidas federais para deter imigrantes.

"Pessoas LGBTQI+ estão sob cerco, especialmente nossos irmãos trans, que estão sendo alvo de legislação, retórica e violência em todas as regiões", disse Ashley Smith, presidente do conselho da Capital Pride Alliance e organizadora do WorldPride, à multidão de várias centenas de pessoas.

A comediante Mimi Gonzalez criticou Trump e seu antigo aliado bilionário Elon Musk com uma versão reescrita da música "I Will Survive", acrescentando que os pronomes que uniam o movimento eram "nós, nos, nosso".

A Casa Branca tem defendido seu desmantelamento de programas de diversidade, equidade e inclusão como o combate a uma forma de discriminação, e dito que sua política para transexuais protege as mulheres ao manter as mulheres transexuais fora de espaços compartilhados.

O governo Trump também exaltou a nomeação de vários homossexuais assumidos para cargos no gabinete e na magistratura como prova de que Trump pretende atender a todos os norte-americanos.

Bianca Sprague, diretora executiva da Trans Pride Washington DC, denunciou o que ela chamou de "um ataque sem precedentes aos direitos trans", referindo-se a inúmeras leis estaduais em todo o país que proíbem serviços de saúde para menores transexuais.

Os defensores dessas leis dizem que estão tentando proteger os menores de idade de iniciarem um caminho do qual possam se arrepender mais tarde.

"Esses ataques não são apenas legislativos, eles são profundamente pessoais, causando danos, medo e desespero em nossa comunidade", disse Sprague no comício.

O Lincoln Memorial é considerado um lugar sagrado no movimento dos direitos civis dos EUA, pois foi o local do discurso de King e da Marcha sobre Washington que precedeu legislações históricas, como a Lei dos Direitos Civis de 1964 e a Lei dos Direitos de Voto de 1965.

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