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Defesa de MC Poze alega 'perseguição à arte periférica' em pedido de HC

MC Poze do Rodo foi preso no dia 29 de maio, em casa, no Rio de Janeiro  - Agnews
MC Poze do Rodo foi preso no dia 29 de maio, em casa, no Rio de Janeiro Imagem: Agnews
do UOL

De Splash, em São Paulo

31/05/2025 16h45

A defesa de MC Poze do Rodo protocolou um habeas corpus, na Justiça do Rio de Janeiro, em que pede a liberdade do funkeiro. O artista, que foi preso temporariamente no dia 29 de maio, é investigado por suposta apologia ao crime e envolvimento com o Comando Vermelho.

O que aconteceu

Defesa argumenta que a prisão é ilegal e desproporcional, configurando uma violação à liberdade de expressão. O pedido destaca que as manifestações artísticas do músico, que retratam a realidade vivida em comunidades historicamente marginalizadas, são protegidas e não configuram incitação direta a crimes.

A ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é seletiva e evidencia a perseguição à arte periférica. Fosse o paciente um artista 'do asfalto', certamente a prisão não ocorreria. O paciente não ultraou os limites da Liberdade de Expressão, uma vez que ele canta a realidade dos morros cariocas. Trecho do HC

Segundo a defesa, o cantor foi algemado mesmo tendo sido preso pacificamente em casa, sem oferecer resistência ou representar risco de fuga ou ameaça à equipe policial. O uso de algemas, neste contexto, teria tido "claro intuito vexatório e midiático", em violação à Súmula Vinculante nº 11 do STF.

Documento também destaca o que chamou de "espetacularização da prisão". A defesa cita a ampla divulgação da prisão em redes sociais institucionais com o título "RODOU", o que configuraria uma tentativa de ridicularizar o preso e transformar um ato processual sério em ferramenta de marketing.

Pedido ainda não foi analisado pela Justiça do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada a Splash pela assessoria de imprensa do Tribunal.

Comando Vermelho

MC Poze do Rodo - Divulgação - Divulgação
MC Poze do Rodo no espaço Favela do Rock in Rio
Imagem: Divulgação

MC afirmou não ter problemas em conviver com a facção Comando Vermelho. Diante da declaração, o músico foi levado para a Penitenciária Serrano Neves, conhecida como Bangu 3, no Complexo de Gericinó, uma das unidades prisionais onde estão membros da facção.

Durante os procedimentos de triagem, o citado declarou não ter problemas em conviver com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Em razão disso, foi direcionado à unidade prisional onde estão custodiados outros membros da mesma facção, conforme protocolo de segurança adotado pela pasta. Secretaria de Estado de istração Penitenciária

Justiça manteve a prisão temporária do artista por 30 dias, após audiência de custódia. Ele foi preso ontem, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da capital fluminense, por policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

Investigação

MC Poze do Rodo - Reprodução/Polícia Civil - Reprodução/Polícia Civil
MC Poze do Rodo foi preso em caso
Imagem: Reprodução/Polícia Civil

De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontam que o cantor realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV. A "segurança" desses eventos era garantida pela presença ostensiva de traficantes com armamento de grosso calibre, como fuzis.

Repertório musical do cantor também está sob investigação, pois as letras fariam apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incitariam confrontos armados entre facções rivais.

Em nota a Splash, a defesa de Poze do Rodo diz que as acusações "não fazem sentido". "Nosso cliente foi surpreendido com um mandado de busca e apreensão e prisão temporária em sua casa hoje."

Negam-se todas as ilações feitas, posto que não há acusação formal, e que jamais poderia ser feita, já que peças artísticas não podem sequer serem cogitadas para averiguação de letras ou significados permitidos ou proibidos.

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