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Bolsa cai e dólar fica abaixo dos R$ 5,60 pela 1ª vez desde outubro de 2024

Do UOL, em São Paulo (SP)

05/06/2025 09h14Atualizada em 05/06/2025 19h53

O dólar despencou no pregão de hoje (5) após a redução das taxas de juros na União Europeia (UE) e as tratativas comerciais entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping. A moeda norte-americana fechou o dia com desvalorização de 1,09%, cotada R$ 5,583. Essa é a primeira vez, desde outubro do ano ado, que a divisa foi vendida abaixo de R$ 5,60. Já a Bolsa de Valores caiu 0,56%.

Dólar e Ibovespa

Dólar comercial despencou. A queda, que começou desde os primeiros negócios do dia, reverteu parte da alta na véspera. Com a movimentação, a divisa foi negociada abaixo de R$ 5,60 pela primeira vez desde 14 de outubro do ano ado: R$ 5,5821.

Ontem, o dólar subiu 0,17% em relação ao real. A alta interrompeu a sequência de duas quedas consecutivas que derrubaram a cotação da moeda norte-americana em 1,45% nas duas sessões iniciais de junho.

Ibovespa caiu. O principal índice acionário do Brasil fechou o dia com variação negativa de 0,56%, aos 136.236,37 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 22,1 bilhões.

O dólar cai no mundo todo. "A queda é global, tanto no Brasil quanto frente a moedas mais fortes", explica Felipe Sant'Anna, especialista em investimentos do grupo Axia Investing.

Tarifaço

Negociações entre China e Estados Unidos frustram mercado. O presidente dos EUA, Donald Trump, revelou ter conversado por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping. "Hoje, Trump conversou longamente com o Xi, mas não tivemos a evolução esperada pelo mercado: a sinalização de um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo", diz Sant'Anna.

Xi defendeu "correção no curso" das relações bilaterais. Em publicação da agência de notícias estatal Xinhua, o presidente da China confirmou estar aberto para as negociações e afirmou ser necessário definir uma direção para "eliminar todos os tipos de interferência e até mesmo destruição".

Trump chegou a impor tarifa de 145% sobre os produtos chineses. A decisão foi acompanhada pela retaliação de Pequim e elevou os temores de guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Com o aumento das tensões, os países decidiram pela suspensão temporária da maior parte das tarifas.

Juros

As atenções também estão estão voltadas para as taxas de juros no exterior. A União Europeia reduziu em 0,25 ponto percentual o patamar dos juros do bloco. O corte derruba a taxa praticada nos 27 países do bloco de 2,25% para 2% ao ano.

Expectativa de redução dos juros nos EUA aumenta. A definição do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, acontece somente no dia 18 de junho, mas já atrai o olhar dos analistas. Os indícios surgem em meio aos sinais de enfraquecimento da economia norte-americana, que amargou uma queda na geração de empregos.

Redução dos juros no exterior beneficia o Brasil. Os cortes de juros nas economias desenvolvidas aumentam a atratividade dos ativos nacionais para os estrangeiros. Apesar do risco mais elevado, os títulos brasileiros am a oferecer retornos ainda maiores.

Caso isso aconteça, os títulos públicos americanos perdem atratividade e aumenta o fluxo de entrada de dólares em países emergentes como o Brasil, sobretudo porque nossa [taxa básica de juros] Selic está nas nuvens.
Felipe Sant'Anna, economista

IOF

Incerteza sobre o ajuste fiscal ainda preocupa. As indefinições a respeito das medidas a serem anunciadas para compensar a perda arrecadatória sem o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) motivam ambiente de cautela.

Medidas serão anunciadas pelo governo no domingo.Até a revelação do pacote compensatório, o texto será levado ao Congresso para a validação das lideranças da Câmara e do Senado. A proposta da equipe econômica foi firmada em consenso com os presidentes das duas Casas Legislativas após ampla rejeição às novas alíquotas do IOF.

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